terça-feira, 4 de junho de 2013

Inovação, a chave do sucesso!


 


  A Shimano, fabricante japonesa líder de componentes de bicicleta, sempre se baseou em nova tecnologia para nortear seu crescimento, mas em 2004, em seus segmentos tradicionais de mountain bikes e bicicletas de corrida de alta qualidade nos Estados Unidos, a empresa estava com o crescimento estancado. Com isso e diante do mercado em evolução, buscou ajuda junto a IDEO(empresa que colabora para potencializar a inovação e conduzir empresas ao sucesso) para tentar algo novo.





    A inovação começou com um exercício de relação entre designer e cliente que assumiu uma postura muito diferente do que teria sido a alguns anos antes. Uniram-se  e exploraram juntas o cenário em evolução do mercado do ciclismo, como explica:


    Na primeira fase, reunimos uma equipe interdisciplinar de designers, cientistas comportamentais, profissionais de marketing e engenheiros cuja tarefa era identificar restrições apropriadas para o projeto. A equipe teve como ponto de partida um palpite de que não deveria se concentrar no segmento superior do mercado. Em vez disso, eles saíram a campo para descobrir por que 90% dos adultos americanos não andam de bicicleta, embora fizessem isso quando crianças.  




    Procurando novas formas de pensar sobre o problema, eles conversaram com todos os tipos de consumidores e descobriram que quase todas as pessoas tinham ótimas lembranças do tempo que andavam de bicicleta na infância, mas se sentem sem motivação atualmente para o ciclismo, intimidados inclusive pelos atletas vestidos em roupas de lycra que atuam como vencedores na maioria das lojas de ciclismo; pela complexidade e custo excessivo das bicicletas, acessórios e roupas apropriadas; pelas exigências de manutenção da máquina e pelo perigo de pedalar em ruas e estradas não projetadas para isso. Eles observaram que todos os entrevistados pareciam ter uma bicicleta encalhada em casa.


    Essa pesquisa focada na opinião de fanáticos pelo ciclismo e também de pessoas que não pertenciam à base de clientes essencial da Shimano, levou a descoberta de que uma nova categoria de ciclismo poderia reconectar os consumidores americanos às suas experiências de infância. Um enorme mercado inexplorado começou a surgir e tomar as primeiras formas.

    A equipe de design, inspirada nas antigas bicicletas Schwinn, da qual todos pareciam se lembrar, se saiu com o conceito “coasting” que atrairia ciclistas não praticantes de volta a uma atividade simples, direta, divertida e saudável. Construídas mais para o lazer do que para o esporte, as coasting bikes não teriam algumas coisas na sua estrutura, como controles no guidom, alojamentos de marchas de precisão que precisam ser limpas e trocadas com o tempo, ou invés disso, como as bicicletas do passado, os freios seriam acionados pedalando para trás, com selins estofados e confortáveis, guidom vertical e pneus super-resistentes a perfuração. Além de uma bicicleta estilo retrô, a bike incorpora também uma engenharia sofisticada com transmissão automática que troca de marcha à medida que a bicicleta acelera ou desacelera. Ou seja, praticidade, sem complicações e pouca exigência de manutenção.

    Outras pessoas e organizações se envolveram no projeto à medida que ele passava da inspiração à idealização e depois à fase de implementação. De forma interessante, o primeiro problema, a aparência, que os designers teriam esperado solucionar, foi o último estágio do processo de desenvolvimento, quando a equipe criou um “design de referência” para mostrar o que era possível e inspirar as equipes de design dos fabricantes de bicicletas. O sucesso foi tão grande, que um ano depois, sete novos fabricantes se candidataram para produzir a coasting bike. 

Resultado: um exercício de design se tornou um exercício de design thinking.



Fonte: Design Thinking - Uma Metodologia Poderosa Para Decretar o Fim das Velhas Ideias - Tim Brown

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